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Dia Mundial Sem Tabaco

Além de um grande mal para a saúde, o cigarro é também uma ameaça ao meio ambiente.

O câncer de pulmão, que levou à morte da cantora Rita Lee, tem o cigarro como causa direta de 80% a 90% dos casos. É o tumor mais letal da América Latina, sendo que, só no Brasil, a doença mata mais de 28 mil pessoas e gera quase 30 mil novos casos por ano. Câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas, além de doenças cardíacas, estão no rol das doenças associadas ao tabagismo. O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é uma data para refletirmos sobre esse perigoso vício.  

Globalmente, o cigarro mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Desse total, cerca de 1,2 milhão são fumantes “passivos”, isto é, são não-fumantes expostos à fumaça de produtos derivados do tabaco. É importante ressaltar que outras formas de consumo do tabaco, como charutos, cachimbos e narguilés – cada vez mais comum entre jovens – também são perigosas. O narguilé, por exemplo, não tem filtro, de forma que a fumaça entra direto na cavidade oral ou na via aérea. 

O Brasil não é o país com a maior incidência de fumantes na América Latina, porém, entre os que fumam, a quantidade de cigarros é 27% acima da média: 39% dos brasileiros fumantes consomem 11 ou mais cigarros por dia! E onde vão parar todas essas bitucas? Basta andar pelas ruas para encontrar pontas de cigarros espalhadas pelas vias. 

Dano ambiental

O pequeno tamanho de uma bituca pode enganar: trata-se de um material altamente poluente. A maioria das marcas de cigarro possuem filtros feitos de acetato de celulose – que pode levar uma década ou mais para se decompor. Além disso, os cigarros contêm fibras sintéticas e centenas de produtos químicos usados para tratar o tabaco. De acordo com a OMS, as substâncias nocivas de pontas descartadas incluem nicotina, arsênico e metais pesados, que podem ser extremamente tóxicos para organismos aquáticos.

Agora, você pode estar se perguntando: mas quem vai jogar bituca no oceano? Acontece que a bituca de cigarro é um dos resíduos mais encontrados nas praias do mundo, segundo a organização Ocean Conservancy. Um singelo exemplo disso é que no dia 7 de maio, cerca de 50 voluntários se uniram para uma ação de limpeza na orla do Canto da Praia, em Itapema, Santa Catarina.

Em poucas horas, mais de 230 quilos de resíduos foram recolhidos e chamou atenção, em especial, o fato do grupo encontrar 490 bitucas de cigarro. Como vários outros mutirões de limpeza já atestam, a quantidade de bitucas que podem ser encontradas nas praias é alarmante. Além de um grande mal para a saúde, o cigarro é também uma ameaça para o ambiente marinho.

Outro perigo ainda está no descarte de cigarros às margens das rodovias – sobretudo em áreas de mata. Em contato com a vegetação seca, as bitucas acesas servem de ignição para iniciar incêndios florestais. Portanto, se você é fumante, leve sempre consigo um porta bituca e descarte as pontas de cigarro somente no lixo adequado. 

Buscando caminhos

O estresse social e econômico é tido como grande responsável pelo vício do cigarro. Por isso, ter uma rota de fuga para momentos de estresse é importante. Incluir no cotidiano, por exemplo, atividades relaxantes ou ter algum hobby, como ler, ver séries, ouvir música, sair com amigos ou familiares. 

Não há uma receita única. Cada pessoa, dentro da própria realidade, precisa buscar o que se enquadra dentro da rotina. Percorrendo longas estradas no caminhão, por exemplo, é possível separar alguns minutos para conversar com alguém querido – mesmo que seja apenas por telefone. Usando aplicativos de comunicação, como WhatsApp, você pode compartilhar fotos de paisagens únicas – que você teve o prazer de vivenciar ao longo do dia. Momentos de interação social contribuem para controlar a tensão diária.

É também importante não subestimar os velhos clichês: manter uma alimentação saudável, ter uma boa noite de sono, incluir a prática de exercícios físicos são pontos-chave para ter uma vida mais equilibrada, feliz e menos dependente de “estratégias de escape”, como o fumo e o álcool. 

Como abandonar o cigarro 

Agora, se você decidiu parar de fumar, crie um planejamento. Para não desanimar, o ideal é buscar ajuda. Por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, o SUS oferece tratamento integral e gratuito a quem deseja abandonar o vício. Você pode procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para saber onde é oferecido o tratamento no seu município. É possível também consultar a coordenação de controle do tabagismo da sua região neste link

De acordo com Instituto Nacional de Câncer, há dois métodos básicos para parar de fumar: Parada Imediata ou Parada Gradual. No primeiro caso, você marca uma data e nesse dia não fumará mais nenhum cigarro. Já o segundo pode ser aplicado de duas formas:

  • Reduzindo o número de cigarros

Por exemplo: um fumante de 30 cigarros por dia, no primeiro dia fuma os 30 cigarros usuais.

no segundo – 25

no terceiro – 20

no quarto – 15

no quinto – 10

no sexto – 5

O sétimo dia seria a data para deixar de fumar e o primeiro dia sem cigarros.

  • Retardando a hora do primeiro cigarro

Por exemplo: no primeiro dia, comece a fumar às 9 horas,

no segundo às 11 horas

no terceiro às 13 horas

no quarto às 15 horas

no quinto às 17 horas

no sexto às 19 horas

O sétimo dia seria a data para deixar de fumar e o primeiro dia sem cigarros.

Paralelamente, o Instituto Nacional de Câncer sugere a inclusão de exercícios de relaxamento para ajudar a abandonar o vício. Você pode fazer, por exemplo, a respiração profunda: respire fundo pelo nariz e vá contando até 6, depois deixe o ar sair lentamente pela boca até esvaziar totalmente os pulmões. 

Mudanças imediatas

Parar de fumar não é nada fácil, mas se você possui tal vício ou convive com fumantes saiba que alguns benefícios são imediatos. A OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) listou vantagens que podem ser sentidas a curto e longo prazo por quem decide parar de fumar: 

  • Em 20 minutos, sua frequência cardíaca e pressão arterial caem.
  • Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue cai ao normal.
  • De 2 a 12 semanas, sua circulação melhora e sua função pulmonar aumenta.
  • De 1 a 9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem.
  • 1 ano, seu risco de doença cardíaca coronária é cerca de metade do de um fumante.
  • 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.
  • 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para cerca da metade de um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas diminui.
  • 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o de um não fumante.

Se você ainda não se convenceu, aqui estão mais 101 razões para parar de fumar!  

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